Não adianta nada você ter um planejamento estratégico completo, uma ótima técnica odontológica e um processo constante de fidelização dos clientes se as pessoas que trabalham em seu consultório não estão na sintonia que você deseja. O trabalho não rende, os resultados não vêm como o esperado e você vive em um eterno estado de preocupação. Esse problema costuma ter um nome bem definido: falta de motivação.
Podemos definir motivação como aqueles fatores que guiam alguém durante seu trabalho, os pontos que provocam, canalizam e sustentam o seu comportamento. É por isso que falar de motivação é delicado, pois ela varia bastante de pessoa para pessoa. Como bons indivíduos que somos, temos nossas diferenças. Vivemos cheios de expectativas, medos, ambições, ódios e amores que nos são únicos. E isso, logicamente, impacta no desempenho e na forma como nos motivamos.
É por causa disso que motivar outra pessoa pode ser um processo impossível. Às vezes vamos acertar, outras vezes não. O que se pode fazer nesses casos é criar um ambiente empresarial que seja propício para que o próprio funcionário possa se motivar. Apesar de parecer complicado, na verdade não é. Alguns estudos mostram que as pessoas têm necessidades semelhantes e em níveis de importância parecidos. O mais conhecido deles é a Pirâmide de Maslow. No estudo, o teórico afirma que as necessidades humanas obedecem uma escala de valores e, quando uma necessidade é suprida, outra imediatamente surge em seu lugar e passa a ser a prioridade a ser resolvida.
Como mostra a imagem acima, a base da Pirâmide de Maslow, responsável pela sustentação de todo o resto, é composta pelas necessidades fisiológicas básicas de um ser humano. Comida, sono, água, sexo, respiração e excreção são pontos básicos da sobrevivência humana e, se não estiverem resolvidos, podem causar um desconforto nos afetados. No ambiente empresarial, essas necessidades básicas envolvem, dentre outros pontos, ter condições agradáveis de trabalho e a garantia do salário.
Quando as necessidades fisiológicas já estão encaminhadas para uma resolução, as necessidades do grupo seguinte começam a prevalecer. A preocupação com segurança tem o seu fator evolucional e também é importante para o dia a dia, pois é ela que vai te proteger de perigos, ameaças e privações. Se na vida cotidiana as preocupações são com relação à segurança do corpo, da moralidade, da família, da saúde e da propriedade, em uma empresa essa preocupação migra para a segurança do emprego. Atos arbitrários, discriminação, favoritismo e uma política administrativa imprevisível podem ser grandes fatores de desmotivação dos funcionários.
A partir do momento que essa segurança é assegurada, o ser humano se volta mais para o lado social. O terceiro nível da Pirâmide mostra que assuntos relativos a amizades, família e intimidade sexual começam a ser fatores determinantes para a satisfação das pessoas. Aumentar a carga horária de modo a impedir que alguém tenha uma vida social ativa e desestimular a conversa entre funcionários dentro e fora da organização são só alguns pontos que podem gerar desconforto no funcionário e transformá-lo em um antagonista hostil.
Porém quando essas necessidades são atendidas, pulamos para o trecho seguinte da pirâmide, onde encontramos a auto-estima. Esse sentimento aumenta a autoconfiança, reconhecimento, reputação, prestígio, auto-apreciação e utilidade. Esses são fatores determinantes para que seus funcionários se sintam valorizados e passem a trabalhar com um empenho maior do que eles vinham apresentando. E medidas simples podem garantir isso, tais quais os elogios a um trabalho bem feito, promoções, oferecer um trabalho mais desafiador ou até mesmo recompensas financeiras.
A última parte da Pirâmide de Maslow diz respeito à realização pessoal. Ela corresponde a atingir o seu potencial, se desenvolver e crescer, seja pessoal ou profissionalmente. Assuntos como moralidade, criatividade, espontaneidade, solução de problemas, ausência de preconceitos e aceitação dos fatos passam a ser prioridades. No fim, é atingir a plena realização.
Lógico que nenhuma dessas hierarquias é algo rígido e que precisa ser seguido à risca. Pelo contrário. Às vezes as necessidades de auto-estima vêm antes das de proteção, por exemplo. Porque é como dissemos, cada pessoa tem suas necessidades únicas e é muito difícil generalizar. Basta que você analise bem quem trabalha com você, o ambiente do consultório e tente utilizar as técnicas mais apropriadas de motivação.