Uma dúvida muito comum da maioria dos profissionais da odontologia é como cobrar pelo serviço prestado. Existem diversas tabelas que podem servir como base para fazer sua própria precificação, mas acreditamos que o mais eficiente é não usá-las diretamente, mas sim fazer a sua com os critérios próprios. Já falamos aqui sobre quais deles podem ser levados em consideração na hora da precificação, mas não nos aprofundamos em um dos principais pontos: o cálculo do custo/hora de atendimento. Vamos explicar melhor fazer isso:
1. Saiba quais são os seus gastos
Quando falamos sobre o planejamento e controle financeiro, dissemos o quão importante é manter um registro de todos os gastos de seu consultório. Além de funcionarem como indicadores de saúde financeira, eles também são fundamentais para determinar qual o custo por hora de um atendimento.
Se você ainda não tiver esse registro, é hora de começá-lo. O primeiro passo é juntar todos os documentos relativos a gastos fixos (aluguel, água, luz, telefone, salários de funcionários, anuidade CRO, assinaturas de revistas etc) e gastos variáveis (compras de materiais, notas fiscais de dentais, compra de equipamentos etc). Não se esqueça de colocar uma folga financeira para cobrir as possíveis emergências que acontecem durante o mês e pensar em uma coisa chamada “depreciação de equipamentos”, que visa fazer a manutenção periódica dos aparelhos utilizados. De posse dos valores, some tudo que foi gasto e divida de acordo com os meses em que cada um deles aconteceu.
Esse valor mensal é o principal fator para determinar o seu custo/hora. Para calcular o quanto de dinheiro é necessário por hora para manter seu consultório funcionando, conte os dias que você trabalhou/trabalhará e multiplique pela média de horas trabalhadas por dia. Ou seja, se você gasta R$8.000,00 para manter seu consultório e trabalha 160 horas no mês (20 dias úteis e 8 horas diárias), seu gasto por hora é de 8000/160 = 50 reais.
2. Determine qual o seu salário
Você percebeu que faltou um ponto importante no cálculo anterior? O seu salário não está lá porque essa decisão precisa de uma reflexão maior. Considere-se como um funcionário da empresa e pense: qual salário esse funcionário deveria receber? A dica é ser o mais honesto possível, estipule um valor real e acrescente-o à conta que fizemos no tópico anterior. Agora sim você tem um valor mais próximo do seu custo/hora real.
3. Ociosidade
Esse valor obtido para o custo/hora é levando em consideração que você terá pacientes em todas as horas de trabalho, não contará com imprevistos e com momentos de ociosidade. Para um valor mais exato, faça uma análise dos meses anteriores e veja quanto tempo você esteve efetivamente realizando atendimentos. Vamos explicar utilizando o exemplo dado no item 1. Se você estiver ocupado por todas as horas, seu custo/hora será de 50 reais. Já se você tiver uma taxa de atendimento de 70%, o número de horas trabalhadas cai para 112 e o custo sobe para aproximadamente 71 reais. Leve isso em consideração na hora de trabalhar o valor real de seu trabalho.
4. Analise seus trabalhos
Agora você sabe exatamente qual é o seu custo, então é hora de verificar quais trabalhos são os melhores para suas receitas. Saber essa informação é essencial para determinar qual tratamento deve receber um maior investimento em propaganda, por exemplo. Se fazer clareamento estiver rendendo bem, divulgue-o mais. Se a reconstrução estiver barata demais, reveja os preços.
Como você pôde observar, este não é um processo simples. Ter um planejamento e um controle financeiro bem estruturados vai te ajudar no caminho, mas não desista no meio. O resultado que isso tem para a forma como os clientes veem seu profissionalismo e para a valorização do trabalho do dentista são imensuráveis.