“Para ganhar dinheiro é preciso abrir o próprio consultório odontológico”. Esse é um pensamento comum nos dentistas que trabalham com comissão ou que entraram no mercado de trabalho agora. Se você já tem um consultório, talvez tenha sido esse o motivo pelo qual tudo começou, inclusive. Para ajudar quem não tem a mínima ideia de como começar, fizemos este post.
Trouxemos seis pontos que, se observados desde o início, vão te ajudar a criar um consultório do zero e, também, discutir se você está realmente preparado para empreender. Para começar, vamos falar daquilo que não pode faltar de jeito algum.
1. O básico
Antes de abrir o próprio consultório, é preciso ter total confiança na sua capacidade técnica. Isso é o básico. Os anos de dedicação na faculdade, os cursos de especialização, estágios, trabalhos em clínicas de terceiros, estudos complementares. Tudo deve servir de base na hora de apostar no próprio trabalho. É importante que seja assim.
Mas confiar apenas na capacidade técnica não é garantia de nada. Um estudo apresentado pelo Sebrae, em 2013, mostrou que 28,8% das empresas brasileiras da área de serviços (na qual se enquadram os consultórios odontológicos) fecharam as portas antes de seu segundo ano de vida. Essa mortalidade está claramente associada à falta de planejamento e de gestão, que costumam ser negligenciados pela maioria dos dentistas.
Para isso, precisamos falar rapidamente sobre os três planejamentos fundamentais: negócios, estratégico e marketing. Todos eles já foram alvos de posts deste blog ou de ebooks, portanto para saber mais é só clicar nos links.
O plano de negócios é um documento que te ajuda a definir o que é o seu negócio e qual rumo ele vai seguir, de forma a te orientar nas decisões iniciais.
O planejamento estratégico é uma ferramenta para analisar a realidade atual da sua empresa e pensar em como você quer que ela esteja no futuro, seja em um prazo curto ou longo. Ele organiza e direciona os processos com objetivo de potencializar oportunidades e corrigir deficiências.
O plano de marketing é aquele que te ajuda a colocar a estratégia em prática. É ele que te mostra como está o mercado, te faz entender qual o perfil da sua empresa e trabalha em cima desses fatores para atrair novos clientes para seu consultório. O objetivo é sempre maximizar os pontos fortes, minimizar os fracos, trabalhar em cima das oportunidades e eliminar as ameaças.
2. Características pessoais
Os planejamentos do tópico anterior são fundamentais para o sucesso do consultório, mas eles não serão nada se você não souber como implementá-los. É aqui que entra o seu perfil pessoal. Um verdadeiro espírito empreendedor pode até nascer com você, mas também é possível cultivá-lo graças ao empenho e estudos. Vamos listar agora uma série de fatores que podem contribuir para que você seja um empreendedor bem sucedido.
1. Entenda seu perfil. Não adianta ler a biografia do Steve Jobs e tentar viver uma vida como a dele, cada pessoa tem suas particularidades e seu modo de comandar uma empresa. Saiba quais são suas forças e fraquezas, trabalhe de forma a maximizar as primeiras e esconder as últimas.
2. Seja proativo. Para ter um negócio, é preciso agir antes que a situação peça. Traga novidades, preveja problemas e aproveite oportunidades. Esteja sempre atento para o que seu consultório precisa e aja previamente.
3. Saiba quando correr riscos. Lembra de todos os planejamentos que fizemos no tópico anterior? Eles servem para colocar seus pés no chão, mostrar qual a sua real situação, incluindo a financeira, e te fazer tomar decisões com consciência. Se for para correr riscos, que seja o mais bem estudado possível.
4. Não desista no primeiro desafio. Abrir a própria empresa é complicado. É preciso conquistar novos pacientes, trabalhar horas a mais do que se estava planejando e cuidar de detalhes burocráticos que você nem sabia que existiam. Se você desistir no primeiro problema (ou nos milhares que seguirão), todo o esforço terá sido em vão.
5. Estude. Sabemos que os cursos de odontologia não costumam oferecer matérias sobre administração e isso é um problema enorme quando você decide abrir um consultório. É por isso que é necessário estudar. Aprender como funciona o financeiro, o marketing, recursos humanos, contabilidade, parte legal. Saber como gerir o negócio como um todo e não apenas se preocupar com a parte técnica. Conteúdos como este de nosso blog são ótimas fontes para começar e se aprofundar.
3. Tipo de inscrição e tributação
Para abrir uma empresa, você precisa tomar uma decisão básica nesse início: vai atuar sozinho ou com mais alguém? Essa escolha impacta todo o processo de criação legal de seu consultório, pois você pode se inscrever tanto como autônomo (pessoa física que exerce por conta própria atividade econômica de natureza urbana, com fins lucrativos ou não) ou como uma das variedades de sociedade existentes.
Para decidir qual é melhor para o seu caso, é preciso ver como cada uma delas funciona e consultar um advogado, que pode te auxiliar com dicas legais sobre o assunto. A decisão sobre o tipo de inscrição também é determinante para definir quais tributos você vai pagar. Para não nos alongarmos entre os diferentes impostos incidentes entre pessoas físicas e jurídicas (lucro presumido, lucro real e simples), leia nosso post que explica essas nuances com cuidado.
4. Instalações
Na hora de escolher o local onde seu consultório ficará, é preciso consultar a Vigilância Sanitária de seu município para ver quais especificações ela exige para negócios da área de saúde. Elas variam de cidade para cidade e costumam fazer especificações sobre iluminação do ambiente, ventilação, tipo de piso e paredes, instalações elétricas, equipamentos, destinação do lixo, dentre outros pontos. Consultar a legislação vigente impede que você seja surpreendido em qualquer tipo de fiscalização e ainda garante um ambiente seguro para você e para seu paciente.
Outra fonte de consulta importante é a resolução RDC nº50/2002, da Anvisa, que traz normas sobre a infraestrutura física e as dimensões mínimas de um consultório. São 125 páginas, portanto tenha calma para filtrar os dados mais relevantes para você.
5. Contratação de funcionários
Mais uma vez é preciso ficar atento ao que diz a legislação, dessa vez a trabalhista. No caso de secretárias e auxiliares, a maioria dos casos se enquadra no regime da CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas), em que é preciso assinar a carteira de trabalho e garantir todos os direitos assegurados por lei, tais como salário dentro do piso, FGTS, férias, descanso semanal, 13º salário entre outros.
No caso de dentistas que trabalhem com você e que não são sócios, a situação costuma ser um pouco diferente. O regime de CLT é o menos comum entre profissionais da odontologia, no qual o normal é ser comissionado. No post “Como definir a comissão de dentistas” fizemos essa distinção com detalhes, então se quiser saber mais sobre o assunto é só clicar no link.
6. Financeiro
Um ponto da gestão de qualquer empresa e que merece cuidado constante é o controle financeiro. É ele que te permite verificar as projeções de receitas e despesas, de forma a que você possa pensar o futuro a partir delas. Quando bem elaborado, te ajuda a saber exatamente como atingir os objetivos que você traçou durante os planejamentos. Um bom financeiro coloca seus gastos em perspectiva, adequando-os à realidade e oferecendo uma ideia mais próxima de como estará sua situação financeira em curto e longo prazo.
O assunto é tão importante que apenas este post não seria o suficiente para abordá-lo, por isso temos uma seção inteira no blog dedicada a ele, um ebook sobre como fazer o controle financeiro do consultório e uma série de vídeos com temas específicos dentro das finanças. Navegue em nossos materiais para entender a importância e como aplicar os conceitos na prática.
Concluindo
Este é o básico para se começar a criação de seu consultório odontológico. Passamos por alguns pontos que julgamos importantes, mas sabemos que o assunto é maior e mais complexo do que isso. Para obter mais detalhes, consulte a cartilha feita pelo Conselho de Odontologia de Santa Catarina fez em parceira com o Sebrae, que foi usada como base para este post e traz um conteúdo mais extenso sobre o assunto.
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